terça-feira, 6 de julho de 2010

retificação - VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO


Há alguns dias, postei no blog esta frase (“viajo porque preciso, volto porque te amo”). Um tempo depois, descobri que ela é, originalmente, o título de um filme brasileiro recém lançado e, atualmente, em cartaz em belo horizonte. É claro que fui ver.

Meu interesse não foi só pelo título (por mais baranga que seja a frase, gosto dela), mas também porque imaginei que o enredo seria interessante e altamente ligado ao objetivo deste blog – publicar reflexões que surgem nos momentos de “idas e vindas”, de viagem, de trânsito.
De fato, o personagem principal (do qual só se conhece a voz) parte para uma viagem a trabalho de 30 dias pelo interior do Ceará e, pelo caminho, pensa muito em sua “galega”, em seu casamento e no que vê pela frente (as realidades chocantes, a solidão, a saudade, as falhas tectônicas, etc). Da mesma forma que neste blog, a viagem é vista como um momento para pensar, para perceber detalhes e características do que nos cerca, de sentir saudades de casa, etc.

Devo confessar que o resultado final foi um pouco decepcionante: filme um pouco lento (como quase todas as obras que falam sobre o nordeste, “Viajo porque preciso” é árido, calado e monótono com a própria paisagem), sem profundidade. O que mais me deixou intrigada, entretanto foi o final. Quando você acha que o filme está chegando em seu clímax, ele acaba de repente – sem “quê nem pra quê”.  Sinceramente, fiquei parada na cadeira do cinema, vendo o letreiro passar, mas sem entender, pois, para mim, o filme não tinha terminado. Não sei se estou conseguindo ser clara... talvez só indo assistir para entender, mas para mim, o filme acabou mesmo não tendo chegado ao seu fim.

Depois, quando cheguei em casa, compreendi esta situação melhor. Realmente, a história do filme não chegou ao fim. O personagem acabou de se encontrar, de entender o real motivo de sua viagem e para que aquilo tudo lhe servia. Na verdade, é justamente por isso que o filme não poderia acabar, mas, é exatamente por este mesmo motivo que ele acaba: é porque ali começou outra coisa.

“Loucura, né?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário