quinta-feira, 18 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Observações aleatórias de dentro do carro

Enquanto estava dentro do carro, entediada pela morosidade do transito vespertino, foi impossível evitar que alguns comentários povoassem minha mente:

1) Motoqueiras e legging não caminham juntas - ou pelo menos, não deveriam. É bem desagradável ficar presa no transito atrás de alguém vestida assim, tendo uma visão - ironicamente - privilegiada de cada pedaço da bunda de alguém, podendo ver cada centímetro do avantajado popo, sacolejando junto com o vrum do motor.

2) Pergunta à BH Trans: "pq vcs não colocam data nas faixas de alerta"??? Aqui dizia para evitar a via por causa de um evento na avenida. Ok, estou disposta a colaborar, mas o recado vale para hoje? Amanhã? Ontem? Para além da eternidade?? Me ajude a te ajudar...

3) Por fim, ao olhar para o lixo acumulado dentro do carro, chego a conclusão de que gosto MUITO de bebidas de limão.

É isso... E vc, o que viu por aí?

sábado, 13 de outubro de 2012

Filme "Intocáveis" e eu


Ontem a noite, fui ao cinema. Que delícia.
Adoro filmes, mas adoro ainda mais ir ao cinema. Muitas pessoas que conheço já não saem mais de casa com este propósito - baixam o filme na internet e pronto. Acho que elas estão perdendo uma oportunidade.

Ontem, fiz exatamente o programa que queria: saí de casa com os cabelos molhados, em uma noite fresca, calçando minhas havaianas velhas, com a bolsa mais leve do que o normal, deixando o carro na garagem, de mãos dadas com meu companheiro.

Tínhamos um plano - assistir aos "Intocáveis". Um foi para fila do ingresso, outro para a fila da pipoca. Ainda dava tempo de fazer uma horinha até o início da sessão.
- Olha quem está aqui!

Me virei para trás. Oh, que boa surpresa. Ali estavam duas pessoas muito queridas, que há muito não via. Rever amigas de infância é sempre gostoso.  Papo vai, papo vem, hora de entrar. Sala lotada e nos separamos.
 - A gente se vê no final.

As luzes se apagam e logo fico encantada com a delicadeza do filme. Como pode um tema tão pesado/delicado se transformar em uma comédia capaz de fazer uma sala cheia de gente rir, ou melhor, gargalhar? Ai ai... Acho que fazia um bom tempo que não ria tão alto assim.

Uma das frases mais fortes do filme, para mim, é a do personagem principal, que, após um acidente, fica tetraplégico. Ele justifica, para um amigo preocupado, a contratação pouco convencional do novo "enfermeiro". Phillipe diz que o rapaz é exatamente o que ele precisa - alguém que não tem compaixão; alguém que não entende as necessidades e limitações dele. Só assim, ele pode ser tratado como o ser humano que era antes do acidente. Daí, o nome do filme faz todo sentido para mim: "Intocável", não 'invensível" - como do faroeste, mas de "distante" e "incompreendido". De "incompreendidos".

A história se desenrola e mostra um encontro de dois mundos muito diferentes - o de Phillipe e de Driss - o enfermeiro. Acho que este é o ponto chave do filme: como duas pessoas tão diferentes conseguem modificar a vida do outro, de forma tão intensa e espontânea.

Fin. As luzes se acendem e as pessoas, calmamente se alinham para sair. Ali estão as meninas.
- E aí, gostaram?
- Sim, muito.

O encontro com estas duas pessoas me trouxe um "significado ampliado" para o filme. Há quem diga que a própria história de vida delas é, também, um filme. A rotina de enfermeiros, banhos na cama, fisioterapia, remédios e dor, mostrada no filme soa muito familiar (até demais) às minhas amigas.Elas precisam fazer da vida delas - um assunto pesado mas delicado - uma piada.

Penso que é por estas e por outras que ir ao cinema é muito diferente do que assistir um filme em casa. Você tem a chance de fazer aquela história se transformar em outra - mais pessoal, mais emocionante, mais real. Para mim, esta é a minha história para este filme.

domingo, 7 de outubro de 2012

O dia em que conheci o Sílvio

É sábado e meu despertador toca às 6 da manhã. Abro e fecho os olhos pensando que mereço mais 2 minutos de sono, mas o alarme insiste - o sono é para os fracos. Hoje não será um dia um dia como os outros.

Faço força para me levantar. Bom dia, amiga - ouço o sussuro e respondo com um sorriso. Que bom, não estou sozinha. Tenho que tomar um banho. A água quente me desperta e conforta. Antes das 7, estamos dentro do táxi, com um gentil senhor:
- Vamos até o Pinheiros.
- Pois não.
- E depois para o programa do Sílvio!

Breve momento de silêncio para deixar a cabeça se acostumar com que acabou de ser dito.
- Sílvio... Santos? - diz o taxista.

As gargalhadas nervosas no banco de trás confirmam. Siiiiim! Vamos ali ver o Sílvio Santos. Dá para acreditar? A corrida é curta, mas suficiente para dar alguns detalhes do encontro tão esperado.
- Boa sorte! Pegue um aviãozinho por mim! - diz ele, que no próximo domingo vai ligar a TV para nos ver.

Saimos de um carro e entramos em outro: a caravana da alegria começa a se formar! Às 7 da manhã de um sábado em SP, somos 4. Rumamos para Osasco, em ritmo de festa. O caminho e o desejo comum de conhecer o Sr. Sílvio nos aproxima. A alguns quilometros dali, outras 3 se preparam para se juntar a nós.

De baixo da placa com a sigla mágica - SBT - fotos, fotos, fotos. Risadas, gargalhadas e gritinhos. Antes das 8 da manhã, somos, oficialmente, participantes do programa do Sílvio. Aos poucos, nossas outras "colegas de trabalho" vão chegando: altas, baixas, gordas ou magras; senhoras, garotas, mocinhas ou vovós; Diadema, Osasco, São José, Vila Santa Amália. Todas com o bom humor estampado no rosto - imagino q além de pensar no Sílvio, pensam também nos R$50 que poderão levar para casa consigo. No nosso grupo -  o das diferentes do lugar - muita alegria e emoção. Às 10 da manhã, já somos 200, reunidas numa antessala.

O tempo passa, a ansiedade aumenta, um ícone da TV se revela a cada minuto. A porta do estúdio se abre - ainda não pode entrar, mas dá para espiar. A equipe fala ao microfone, repassando instruções ("não existe mulher feia. Existem mulhres que não conhecem os produtos Jequiti."; "O Roque esteve aqui? Siiim. Ele ensaiou vocês? Nããão. Mas o que ele estava fazendo aqui? Naaadaaa."). Silêncio - daqui a pouco ele vem aqui para falar com vocês.

E neste minuto, entra do Roque. Uma lenda viva, logo na minha frente. Olho para minhas amigas e todas têm um sorriso estampado no rosto - como boas tietes que são. Penso que talvez estejam se sentindo um pouco como eu - grata por poder fazer algo que nem imaginavam ser possível. Viver definitivamente  não é o mesmo que ver - mesmo que a TV insista em nos diz o contrário.

Amizades instantaneas de sala de espera, reforço de última hora na chapinha do cabelo, mensagens de celular, desejo de ver o Sílvio e de ser famosa. Às 10h30, este é meu mundo. Vamos entrar? Nem acredito. Nossas mãos se apertam e os olhares dizem como é bom ter você ao meu lado para me mostrar que não estou sonhando.

Sílvio Santos vem aí. Ohh! Com seu cabelo impecável, terno alinhado, sapatos engraxados e unhas feitas. Estou tão perto dele que ouço sua voz de verdade, sem a ajuda do microfone. "Ririririri", seus calcanhares se levantam do chão, enquanto as mãos rumam os bolsos do paletó.
- Não acredito que ele acabou de fazer isso, bem aqui na minha frente.
Ele ri e faz rir. Sua fala é mágica. Sua figura emblemática. A cinco passos de distância, estou mais hipnotizada do que nunca. Viva o Sílvio. Viva seu vigor, agilidade, genialidade  e simpatia.

As horas se passam, as brincadeiras acontecem, os prêmios são ganhos e o dinheiro distribuído. Ouço alguém da produção dizer que aquele é seu playground. Se isso for verdade, seria eu uma boneca? Bom, não me importo - ciente que este é o preço que se paga por admirá-lo.

Agora é 1 da tarde de um sábado ensolarado em Osasco e as gravações de hoje se encerram. Continuo sem acreditar nisso tudo que me aconteceu e tento imaginar quantas vezes vão me pedir para contar sobre o dia em que conheci o Sílvio.

Me conforta pensar que num domingo a noite próximo, seremos milhares à frente da TV.