segunda-feira, 21 de março de 2011

No meio do caminho tinha o Roldinei.

Outro dia, estava indo para o Rio de Janeiro e conheci uma peça rara.


Ele veio sentado do meu lado no avião, com seus 20 e poucos anos e sotaque nordestino.
Na verdade, só fui conversar com ele da metade do vôo para frente, mais precisamente a partir da hora do lanche, quando escutei o sujeito dizendo: “ande meu filho [comissário de bordo], estou com uma fome danada”.
Eu sorri, simpatizando. A partir daí o papo rolou solto. O sujeito era tão divertido que resolvi transformar a conversa em uma entrevista – com a sua ciência e aprovação. Quando falei que iria colocar o papo no blog, inicialmente ele ficou meio encabulado, mas um tempinho depois já dizia: “anote aí para colocar lá na internet...”. Massa.

Sendo assim, apresento-lhes Roldinei (leia-se “Rôldnei”).

PERFIL
- 21 anos;
- Natural de Fortaleza – CE;
- Estava em Belo Horizonte para fazer conexão para chegar ao Rio;
- Era a primeira vez que viajava de avião;
- Era a primeira vez em Belo Horizonte (e achou a cidade – no caso, o aeroporto) frio demais! “frio da porra”, para ser mais clara. Observação: nas vésperas fazia 31°C na cidade);

PERGUNTAS E RESPOSTAS (texto produzido a partir da entrevista, dos buracos da minha memória e da minha interpretação livre)

M - Em que você estava pensando antes de começarmos a conversar?
R – Ah... que estava com muita fome! Fui comer neste aeroporto, mas é tudo muito caro! Um sanduíche custa R$ 12. É um almoço, não é? Aí eu resolvi esperar o lanchinho do avião, mas é pouco demais...
(ele devorou o lanche dele e o meu)

M – Porque você está viajando?
R – Estou indo para o Rio para fazer a prova do concurso da Petrobrás, em Macaé.

M – Para qual área?
R – Eletroquímica [Nota: não tenho certeza se era esta área mesmo...]. É nível técnico.

M – E você estudou muito? Acha que vai passar?
R – Fiz cursinho, né? Acho que vou passar sim, tô nervoso. Se eu passar vai ser bom demais... vou ficar rico.

M – E como você vai fazer para ir para Macaé?
R – Minha namorada e o tio dela, que também trabalha na Petrobrás, estão me esperando. Do aeroporto, nós vamos para lá de carro.

M – Você viaja muito?
R – Não... vou mais é para uma praia perto de Fortaleza. Aracati. Muito bonito lá. Minha namorada tem uma casa lá.

M – Mais algum lugar que você goste de ir?
R – Anote aí: Ataiba. Fica no Ceará. Canoa Quebrada também.

M – Roldinei, você fala muito rápido... quase não te entendo..
R – (risos) Lá todo mundo fala assim... (pausa) Vocês é que falam cantado...

M – E vc? Está gostando de viajar de avião?
R – Tô... dá uma pressãozinha no ouvido, né? Balança igual no ônibus... Vindo de Fortaleza para cá [Belo Horizonte], eu li esta revista [da Gol] todinha mas não dormi...

M – É... você deve estar um pouco nervoso...
R – Um pouco... eu fiquei meio aperreado quando a aeromoça falou que o avião estava indo para Confins... Eu pensei: “Ai meu Deus do Céu, mas eu vou é para Belo Horizonte! Pequei o avião errado! Mas depois eu entendi que é assim que chama o aeroporto daí, né? Confins... (risos) Já pensou se eu vou parar no lugar errado!!

O idasevindasdemirilim deseja ao Roldinei uma boa viagem e muito boa sorte no concurso!

3 comentários:

  1. hahahaha! adorei conhece-lo! outro dia rolou algo do tipo com um taxista! quero mais! quero mais! entrevista um agente bancário aí!

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  2. Adorei tb!!! O povo nordestino e seus encantos né? oh gente conversada!!!

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  3. Mari, adorei a entrevista. Uma coisa bem casual e sem compromisso nenhum com as formalidade. Eu torço pelo nosso amigo, pois quando vim para BH pensei a mesma coisa. "PQP a moça me disse que esse voo era para BH e não CONFINS" kkkk, vivi na pele dele.
    Um forte abraço.

    Robert Filgueira Jr

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